Quem Somos
O Grãos de Luz e Griô é um ponto de cultura, uma associação comunitária, uma rede de famílias e comunidades que nasceu em 1995 e que foi fundada juridicamente em 2001. Foi primeiro lugar no Brasil pelo Prêmio Itaú Unicef 2003 entre 1834 projetos no Brasil, primeiro premiado no Prêmio Democratização Cultural 2008 pelo Instituto Votorantim, Destaque no Prêmio Cultura Viva 2007 e outros prêmios regionais e já participou de 4 festivais e encontros internacionais de culturas populares e tradições orais.
O Grãos de Luz e Griô busca a realização dos direitos a educação, arte, cultura e desenvolvimento sustentável em comunidades tradicionais, rurais e de periferia da Chapada Diamantina e do Brasil, para o fortalecimento da identidade, da ancestralidade e a celebração da vida do povo brasileiro, por meio de três linhas de ação:
Melhoria da qualidade de educação de crianças, adolescentes em jovens, promovendo o reconhecimento dos seus potenciais afetivos, artístico-culturais, científicos e políticos, para atuarem como protagonistas da sua própria vida e da vida comunitária, ocupando lugares dignos na universidade, no mercado trabalho e em coletivos artístico-culturais e ambientais.
Garantia de referencias de educação contextualizada e comunitária, pelo direito à vida e ao desenvolvimento sustentável, por meio da institucionalização da pedagogia griô e valorização dos conhecimentos tradicionais em comunidades e escolas publicas da Chapada Diamantina, Bahia e Brasil.
Promover o desenvolvimento sustentável através da economia solidária, do turismo comunitário, valorização dos conhecimentos tradicionais e apoio aos grupos de agricultura orgânica, grupos culturais e de produções artesanais nas comunidades tradicionais, rurais, de assentamento e periféricas da Chapada Diamantina; e articular rede nacional para lutar por políticas públicas e fundos de investimentos para o Turismo Comunitário, Desenvolvimento Sustentável, conservação da biodiversidade e valorização da identidade cultural da região.
Estas três linhas de ação envolvem o seguinte público na luta pelo direito à Educação, Arte, Cultura e Desenvolvimento sustentável:
Crianças – crianças de baixa renda, de famílias de periferia, quilombolas, rurais, maioria do sexo feminino, negras, estudantes de escolas públicas, sem oportunidades de educação complementar;
Adolescentes e Jovens – jovens de baixa renda, de famílias de periferia, quilombolas, rurais, maioria negras do sexo feminino, estudantes em finalização de escolas públicas, em etapa de pré-profissionalização, sem perspectiva de continuidade dos estudos.
Educadores – educadores de escolas públicas, maioria do sexo feminino.
Família – baixa renda, de periferia, quilombolas, rurais, maioria afro-descendentes, pequenos agricultores, pescadores tradicionais, pequenos produtores de farinha, mel; guias, garçons, diaristas, atendentes, trabalhadores de serviços autônomos diversos: manicure, cabeleireiro, vendedores de produtos diversos, moto-táxi, pedreiros e ajudantes de pedreiros, aposentados e desempregados.
Mestres Griôs de tradição oral – baixa renda, quilombolas, afro-descendentes, maioria do sexo feminino e de terceira idade com saberes específicos tradicionais.
A Lei Griô é uma lei que garante a transmissão oral em diálogo com a educação formal, tem o objetivo de reconhecer e incentivar a transmissão dos saberes e fazeres dos griôs e mestres de tradição oral em escolas e universidades públicas. Foi formulada por uma Comissão Nacional de Griôs e Mestres de Tradição Oral e a coordenação da Rede Ação Griô e contou com contribuições e participação da sociedade brasileira por meio de encontros regionais e nacionais e uma página na internet. A Assembléia Legislativa da Bahia, a Câmara de Vereadores de João Pessoa na Paraíba e a Câmara de Vereadores de São Paulo já abriram suas portas para sessões especiais sobre a Lei envolvendo mais de 400 deputados, vereadores, representantes das secretarias de cultura e educação, griôs, mestres, educadores, e estudantes para discutir a lei griô e encaminhar a sua demanda nos orçamentos estaduais.
Griô é uma palavra abrasileirada pelo Grãos de Luz e Griô e tem origem na palavra criole griot, que traduz a palavra dieli, numa língua do império do Mali, que significa o sangue que circula. Os Griôs são contadores de histórias, cantadores, genealogistas da tradição do noroeste da África responsáveis pela biblioteca viva da tradição oral. São famílias que, no universo da tradição oral, onde o livro não tem um papel social prioritário, guardam a história e as ciências das comunidades, das regiões e do país.
Os Mestres Griôs são os pajés, pais e mães de santo, capoeiras, cantadores, contadores de histórias, cordelistas, brincantes, bonequeiros, erveiros, curandeiros, artesões e todas as pessoas que têm histórias de vida repleta de saberes e fazeres que não estão escritos nos livros, que pertencem ao universo da tradição oral, ou seja são transmitidos através da oralidade, da corporeidade e da vivência, que fazem parte da formação da história e identidade das comunidades e do povo de nosso país. Cada pessoa ou grupo de tradição oral tem sua própria prática pedagógica de transmissão de geração em geração, bem como sua política e economia de criação e produção cultural.
A ação griô na escola e na comunidade: é a caminhada e vivência dos griôs nas comunidades/escolas e a vinculação dos currículos aos saberes e fazeres da tradição oral da comunidade, fortalecendo a identidade e ancestralidade dos estudantes, educadores e do povo brasileiro; É a transmissão dos conhecimentos dos griôs e mestres aos estudantes, com aulas alegres, brincantes, dançantes, cantantes, cheias de histórias que encantam as escolas e ampliam os espaços de aprendizagem para o rio, para a sombra da árvore, para a casa ou oficina do mestre, para a praça, para o quintal. O saber oral das ervas das benzedeiras e as ciências da flora da região; o saber das parteiras e as ciências da reprodução; o saber das ladainhas da capoeira e a história do Brasil, são exemplos de práticas e assuntos que mudam o currículo e o reconhecimento dos estudantes sobre sua própria identidade e ancestralidade.
A Pedagogia Griô é uma pedagogia criada e compartilhada Por Líllian Pacheco a partir da prática pedagógica do Grãos de Luz e Griô para sistematizar as práticas e saberes de tradição oral dos griôs e mestres, bem como seus conceitos chaves e seus processos de transmissão e circulação que são reinventados para dialogar com o saber formal nas escolas. Integra mito, arte, ciência, história de vida, tem como centro do saber a identidade e ancestralidade dos estudantes, e a vivência como processo de elaboração do conhecimento, e tem como referências – educadores e pesquisadores brasileiros da educação biocêntrica, da educação dialógica de Paulo Freire, da educação para as relações étnico raciais positivas, dissertações acadêmicas que já versam sobre a própria pedagogia griô.
Equipe Gestora
Nome | Cargo |
Líllian Pacheco | Coordenação de projetos e pedagógica, representante político- institucional, e Educadora 2 |
Márcio Caires | Coordenador da Gestão Financeira, representante político e institucional 1 e Educador 2 |
Vitor Darlan | Coordenação de música e audiovisual, Educador 1 |
Roseane Bernardo | Coordenadora de produção cultural, representante político institucional 3 |
Juliete Brito | Coordenadora de contabilidade |
Márcio Silva | Coordenador de artes gráficas e computação |
Maíza Santos | Produção Cultural nas Comunidades: |
Marilane Freitas | Coordenação de Produção Cultural, Gestão do Espaço e da Equipe |
Delvan Dias | Coordenação de Articulação de Associações Parceiras, Educador 1 |