De origem africana nasceu a história de seu Aurino no dia 28 de Abril de 1945 em Lençóis, cresceu na comunidade quilombola do Remanso aprendendo a lidar com a terra  para colher seu alimento.

Lagoa do limão, lado do Marimbus onde seu Aurino nasceu, deixou de ser seu lar depois da morte de seu pai Binô , como era conhecido na região. Além da sabedoria do manejo com a terra seu pai deixou a velha sanfona, instrumento que aprendeu a tocar escondido.Ele aproveitava que seu Binô ia trabalhar na roça e pegava a sanfona pra tocar,quando estava próximo dele voltar guardava o instrumento  da mesma forma como estava antes de mexer. Só que as vezes  o pai dele percebia que não estava como guardou, então ele perguntava a sua esposa e mãe de Aurino,´´Madalena alguém mexeu na minha sanfona, porque não está como coloquei“ e ela respondia que não , mais sabendo que foi Aurino.

Numa festa de casamento, Seu Binô foi ao banheiro e lá escutou um som que vinha do salão, então ao chegar na sala viu seu filho tocando e as pessoas dançando,então ele se aproximou e perguntou ´´ como você aprendeu a tocar sanfona menino?

“e ele respondeu:´´ olhando o senhor tocar meu pai!“ seu Binô olhou pra ele  e pediu pra tocar mais. Depois disso nunca mais Aurino parou e é o sanfoneiro mais convidado de Lençóis, sua história é referência para os jovens músicos do Grãos que o homenageia com o seu primeiro Cd ao lado de Loi, Delvan Quilobola, Darlan, Natalino seu filho, Caburé, todos quilombolas e participantes da grande roda da vida e das idades do Grãos de Luz e Griô.