Este é um breve resumo da prática ocorrida com os 4ºs anos da EMEF Fazenda da Juta dentro do projeto “Na Trilha dos Mestres: identidades, histórias e culturas afro-brasileiras pelos princípios da Pedagogia Griô”, menção honrosa na categoria “Professores” do 2º Prêmio Municipal de Educação em Direitos Humanos, ocorrido no Auditório do Ibirapuera em 10 de dezembro de 2014.

A pedagogia griô propõe colocar em prática dentro da unidade escolar as ideias fundamentais do Projeto de Lei nº 1.176/11, que tem por objetivo instituir o Programa de Proteção e Promoção dos Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres das Culturas Populares, que era chamada, até o início de dezembro, de Lei Griô. A proposição define Mestres e Mestras dos Saberes e Fazeres como pessoas que se expressam através de diversas linguagens artísticas, ritos sagrados e festas comunitárias, cuja vida e obra tenham sido dedicadas à proteção, promoção e desenvolvimento da cultura tradicional brasileira ocupando espaços do saber formal, que correntemente desprivilegiam estes ricos aspectos do conhecimento e cultura humanos. Com estes mestres e mestras, o professor articula uma parceria que pretende trazer para dentro da escola todas essas possibilidades pedagógicas.

Nosso projeto trabalha na perspectiva da educação para as relações étnico-raciais e por isso busca aplicar as leis 10.678/03 e 11.645/08 de formas ricas e diversas, valorizando a ancestralidade e a identidade dos participantes. Neste ano, optamos por vivermos a cultura afro-brasileira através de vivências de capoeira em parceria com a Fábrica de Cultura Sapopemba e o Mestre Pirata. Um exemplo de aplicação destas ideias pode ser conferido no plano de aula publicado no site da Olimpíada Brasileira de História do Brasil, considerado um dos 50 melhores de 2013: “A CULTURA VIVA DOS AFRICANOS NO BRASIL: NA RODA DE CAPOEIRA” http://www.olimpiadadehistoria.com.br/1-curso/planos_de_aula/plano/948

Além desta iniciativa, muitas outras práticas foram executadas durante o ano, trabalhando, por exemplo, a linguagem teatral para contarmos um conto africano na Mostra Cultural, fazendo mediação de leitura entre os 4ºs e os 1ºs anos com histórias africanas, utilizando curtas-metragens do portal “A cor da cultura” para sensibilizar os alunos sobre temas candentes à questão racial, visitando o Museu AfroBrasil em parceria com seu excelente núcleo educativo e trabalhando em sala de aula conteúdo de história antiga pelo princípio da África como berço da humanidade e das civilizações.

Essas ações conjugadas nos renderam a distinção que tanto nos honra e motiva a continuarmos o trabalho no próximo ano, enveredando para a educomunicação,  incentivando a produção de pequenos documentários sobre o tema das tradições vivas dos africanos no Brasil. Que os bons ventos nos levem!

 

Renato Brunassi Neves dos Santos

renatoprofe@gmail.com